É o único filme dirigido pelo premiado ator Charles Laughton - e ele caprichou, realizando um filme antológico. Baseado em romance de Davis Grubb, conta a história de um assassino de viúvas ricas que, ao sair da prisão, persegue uma família para encontrar o dinheiro que o pai, que conhecera na cadeia, havia guardado em lugar não revelado. Robert Mitchum, no papel do cínico psicopata obcecado pela idéia de encontrar o tesouro escondido, tem um desempenho soberbo.
"The Night of the Hunter" é todo ele uma obra-prima noir. Não o é só durante os 93 minutos de filme, mas também durante todo o processo envolvente aquando da rodagem do mesmo bem como durante todos estes anos até ao presente. Senão veja-se o seguinte: Charles Laughton, uma muito apreciada e conhecida estrela de cinema, sobretudo nos anos 30 e 40, decidiu enveredar por uma carreira de realizador e considerou esta obra, adaptada do romance de Davis Grubb, a melhor forma para o fazer. O problema é que "The Night of the Hunter", lançado em 1955, foi um desastre tão grande ao nível de bilheteira, que o extremamente talentoso Laughton decidiu nunca mais realizar um filme. Esta é talvez uma das maiores perdas da sétima arte, já que, a julgar por esta fita, estávamos, certamente, perante um realizador que se poderia ter tornado em um dos melhores de todos os tempos. Felizmente, o tempo tem destas coisas e encarregou-se de colocar o filme no lugar onde sempre mereceu estar: entre os melhores. A importância desta fita não se restringe ao facto de ser uma das melhores obras noir, mas sim porque contém inúmeras referências cinematográficas, tanto ao nível de fotografia, sonoplastia, realização ou interpretações, que marcaram os mais variados filmes dos mais variados estilos. De resto, dizer que o filme de Laughton influenciou grandemente realizadores como Martin Scorcese, David Lynch ou Terrence Mallick fala por si.
Ben Harper (Peter Graves) é condenado à morte por enforcamento devido a um assalto que resultou na morte de dois energúmenos. Antes de ser apanhado pela polícia, Harper conseguiu esconder o dinheiro corresponde à sua parte no assalto, confiando o esconderijo dele apenas aos seus dois filhos denominados John (Billy Chapin) e Pearl (Sally Jane Bruce. Harry Powell (Robert Mitchum), um padre (proclamado por si próprio) com as palavras "HATE" e "LOVE" tatuadas nos seus dedos, que ganha a vida a extorquir e matar mulheres víuvas, partilha a cela de prisão com Ben. Powell tenta a todo o custo descobrir a localização do dinheiro escondido antes que este seja enforcado. Convencido que as crianças sabem da localização do dinheiro, o falso padre viaja até Ohio com o intuito de casar com Willa (Shelly Winters), a mulher de Ben, e fazer aquilo que faz melhor: enrolar a população e roubar o dinheiro. O problema reside nas crianças, que são lutadoras e até ao fim resistirão em prol do nome do pai.
Um dos aspectos mais relevantes em "The Night of the Hunter" é a sua estonteante fotografia. É, muito provavelmente, uma das melhores que já visualizei em inúmeras fitas já apreciadas. De resto, existem imagens inesquecíveis (ver em baixo) que marcaram a sétima arte de uma forma intrínseca e coesa rematando com um toque noir imprescindível, mas ao mesmo tempo, genial. A banda sonora é apropriada em todas as situações, reflectindo uma tensão constante, dando entusiasmo a momentos inesperados e impensáveis. Os cenários são excelentes e servem os propósitos do realizador e do argumento. Este último é outro dos pratos fortes deste muito requintado cozinhado. Mesmo sendo adaptado da obra de Davis Grubb, consegue inovar a uma escala global, nunca perdendo a noção de frieza e do obscuro, contribuindo para a consistência moral e evasiva.
Relativamente às interpretações, estamos perante uma grandeza não acessível a muitos. Robert Mitchum é o obreiro da construção de uma personagem sagaz, irónica, cínica, obscura e extremamente assustadora. Durante toda a fita, consegue manter o mesmo (elevado) nível exibicional que culmina em perfeição. Também Billy Chapin, na altura em que ainda era um pequeno miúdo, realiza uma interpretação estonteante a transbordar de carácter e personalidade. Também o anjo protector, Lillian Gish, é soberba, atribuindo à fita aquele típico e incondicional amor de mãe, que mesmo sendo subjectivo (já que todos os miúdos não são seus filhos) comporta uma componente humana intensa e marcante. O restante elenco vive com os companheiros e nunca deixa que a fita se abale pelo tempo. Depois há a realização que ficou a cargo de Charles Laughton. Apesar de ter sido a sua única obra, o trabalho por este realizado é não só dotado de grande talento, como é sublime. Desde os planos, passando pelo mise-en-scéne e culminando na direcção de actores, Laughton justifica o seu lugar na história.
"The Night of the Hunter" é uma dura crítica ao fanatismo religioso e uma epopeia à eterna luta do bem contra o mal. Apesar da história da fita se passar nos anos 30, a crítica pode ser aplicada tanto aos séculos passados como o presente, onde a igreja, muitas vezes, se aproveita dos crentes mais acérrimos para seu proveito único e exclusivo, naquilo que pode ser considerado "extorquir moeda". Ainda dentro da crítica à igreja, está incorporada a eterna luta do bem contra o mal, onde a inocência das crianças suplanta os vilipêndios dos gananciosos e oportunistas. Também fica comprovado, mais uma vez, que o dom da palavra é um dos mais perigosos a que estamos sujeitos, já que com ela é possível manipular, influenciar e manietar.
O filme de Charles Laughton é um dos melhore film noir existentes e uma das melhores fitas da sétima arte. Por tais considerações, a nota de 10 em 10 (ou cinco estrelas em outras tantas) parece-me a mais do que justa. Pela sua beleza negra, pela estrutura poética, pelas magníficas interpretações, pela esplêndida fotografia e pelo negro argumento, "The Night of the Hunter" é incondicional e obrigatório.
Informações Técnicas
Título no Brasil: O Mensageiro do Diabo
Título Original: The Night of the Hunter
País de Origem: EUA
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento: 1955
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Continental
Direção: Charles Laughton
Elenco
Robert Mitchum ... Harry Powell
Shelley Winters ... Willa Harper
Lillian Gish ... Rachel Cooper
James Gleason ... Birdie Steptoe
Evelyn Varden ... Icey Spoon
Peter Graves ... Ben Harper
Don Beddoe ... Walt Spoon
Billy Chapin ... John Harper
Sally Jane Bruce ... Pearl Harper
Gloria Castillo ... Ruby
"The Night of the Hunter" é todo ele uma obra-prima noir. Não o é só durante os 93 minutos de filme, mas também durante todo o processo envolvente aquando da rodagem do mesmo bem como durante todos estes anos até ao presente. Senão veja-se o seguinte: Charles Laughton, uma muito apreciada e conhecida estrela de cinema, sobretudo nos anos 30 e 40, decidiu enveredar por uma carreira de realizador e considerou esta obra, adaptada do romance de Davis Grubb, a melhor forma para o fazer. O problema é que "The Night of the Hunter", lançado em 1955, foi um desastre tão grande ao nível de bilheteira, que o extremamente talentoso Laughton decidiu nunca mais realizar um filme. Esta é talvez uma das maiores perdas da sétima arte, já que, a julgar por esta fita, estávamos, certamente, perante um realizador que se poderia ter tornado em um dos melhores de todos os tempos. Felizmente, o tempo tem destas coisas e encarregou-se de colocar o filme no lugar onde sempre mereceu estar: entre os melhores. A importância desta fita não se restringe ao facto de ser uma das melhores obras noir, mas sim porque contém inúmeras referências cinematográficas, tanto ao nível de fotografia, sonoplastia, realização ou interpretações, que marcaram os mais variados filmes dos mais variados estilos. De resto, dizer que o filme de Laughton influenciou grandemente realizadores como Martin Scorcese, David Lynch ou Terrence Mallick fala por si.
Ben Harper (Peter Graves) é condenado à morte por enforcamento devido a um assalto que resultou na morte de dois energúmenos. Antes de ser apanhado pela polícia, Harper conseguiu esconder o dinheiro corresponde à sua parte no assalto, confiando o esconderijo dele apenas aos seus dois filhos denominados John (Billy Chapin) e Pearl (Sally Jane Bruce. Harry Powell (Robert Mitchum), um padre (proclamado por si próprio) com as palavras "HATE" e "LOVE" tatuadas nos seus dedos, que ganha a vida a extorquir e matar mulheres víuvas, partilha a cela de prisão com Ben. Powell tenta a todo o custo descobrir a localização do dinheiro escondido antes que este seja enforcado. Convencido que as crianças sabem da localização do dinheiro, o falso padre viaja até Ohio com o intuito de casar com Willa (Shelly Winters), a mulher de Ben, e fazer aquilo que faz melhor: enrolar a população e roubar o dinheiro. O problema reside nas crianças, que são lutadoras e até ao fim resistirão em prol do nome do pai.
Um dos aspectos mais relevantes em "The Night of the Hunter" é a sua estonteante fotografia. É, muito provavelmente, uma das melhores que já visualizei em inúmeras fitas já apreciadas. De resto, existem imagens inesquecíveis (ver em baixo) que marcaram a sétima arte de uma forma intrínseca e coesa rematando com um toque noir imprescindível, mas ao mesmo tempo, genial. A banda sonora é apropriada em todas as situações, reflectindo uma tensão constante, dando entusiasmo a momentos inesperados e impensáveis. Os cenários são excelentes e servem os propósitos do realizador e do argumento. Este último é outro dos pratos fortes deste muito requintado cozinhado. Mesmo sendo adaptado da obra de Davis Grubb, consegue inovar a uma escala global, nunca perdendo a noção de frieza e do obscuro, contribuindo para a consistência moral e evasiva.
Relativamente às interpretações, estamos perante uma grandeza não acessível a muitos. Robert Mitchum é o obreiro da construção de uma personagem sagaz, irónica, cínica, obscura e extremamente assustadora. Durante toda a fita, consegue manter o mesmo (elevado) nível exibicional que culmina em perfeição. Também Billy Chapin, na altura em que ainda era um pequeno miúdo, realiza uma interpretação estonteante a transbordar de carácter e personalidade. Também o anjo protector, Lillian Gish, é soberba, atribuindo à fita aquele típico e incondicional amor de mãe, que mesmo sendo subjectivo (já que todos os miúdos não são seus filhos) comporta uma componente humana intensa e marcante. O restante elenco vive com os companheiros e nunca deixa que a fita se abale pelo tempo. Depois há a realização que ficou a cargo de Charles Laughton. Apesar de ter sido a sua única obra, o trabalho por este realizado é não só dotado de grande talento, como é sublime. Desde os planos, passando pelo mise-en-scéne e culminando na direcção de actores, Laughton justifica o seu lugar na história.
"The Night of the Hunter" é uma dura crítica ao fanatismo religioso e uma epopeia à eterna luta do bem contra o mal. Apesar da história da fita se passar nos anos 30, a crítica pode ser aplicada tanto aos séculos passados como o presente, onde a igreja, muitas vezes, se aproveita dos crentes mais acérrimos para seu proveito único e exclusivo, naquilo que pode ser considerado "extorquir moeda". Ainda dentro da crítica à igreja, está incorporada a eterna luta do bem contra o mal, onde a inocência das crianças suplanta os vilipêndios dos gananciosos e oportunistas. Também fica comprovado, mais uma vez, que o dom da palavra é um dos mais perigosos a que estamos sujeitos, já que com ela é possível manipular, influenciar e manietar.
O filme de Charles Laughton é um dos melhore film noir existentes e uma das melhores fitas da sétima arte. Por tais considerações, a nota de 10 em 10 (ou cinco estrelas em outras tantas) parece-me a mais do que justa. Pela sua beleza negra, pela estrutura poética, pelas magníficas interpretações, pela esplêndida fotografia e pelo negro argumento, "The Night of the Hunter" é incondicional e obrigatório.
Informações Técnicas
Título no Brasil: O Mensageiro do Diabo
Título Original: The Night of the Hunter
País de Origem: EUA
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento: 1955
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Continental
Direção: Charles Laughton
Elenco
Robert Mitchum ... Harry Powell
Shelley Winters ... Willa Harper
Lillian Gish ... Rachel Cooper
James Gleason ... Birdie Steptoe
Evelyn Varden ... Icey Spoon
Peter Graves ... Ben Harper
Don Beddoe ... Walt Spoon
Billy Chapin ... John Harper
Sally Jane Bruce ... Pearl Harper
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