O filme narra a história de Krishna, um garoto que tem um único objetivo na vida: juntar dinheiro para sair de Bombaim e voltar à sua cidade natal. Este foi um dos únicos filmes indianos a concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, dirigido por Mira Nair.
Premiado em vários certames de cinema mundiais, incluindo Cannes, assim como granjeou uma nomeação para os óscares de Hollywood (a 2ª de um filme indiano, 30 anos após “Mother India”), “Salaam Bombay!” é justamente considerada uma das obras mais emblemáticas do cinema indiano. Vinte anos antes do aclamado “Slumdog Millionaire”, Mira Nair corporizaria um filme que analisava com grande detalhe, o dia-a-dia carregado de infortúnios das crianças que sobrevivem nas ruas de Mumbai. É por demais nítido que o filme de Danny Boyle bebeu alguma inspiração em “Salaam Bombay!”, e não existe razão nenhuma para que se envergonhe acerca deste facto. “Salaam Bombay!” constituiu a película de estreia de Mira Nair, e atenta a qualidade desta longa-metragem, augurava-se um bom futuro para a realizadora indiana. Poder-se-á afirmar que, regra geral, Nair não defraudou as expectativas em obras posteriores.
O filme é justamente dedicado a todas as crianças pobres que deambulam pelas eclécticas e perigosas ruas de Mumbai, como Nair faz questão de salientar no epílogo da película. E nada melhor do que recrutar alguns dos actores principais, directamente nas ruas da grande cidade, de forma a impregnar o maior realismo possível à película. Foi precisamente isto o que aconteceu, aspecto que viria igualmente a ser imitado por Danny Boyle. Nair juntou um grupo de crianças de Mumbai e partilhou com elas as suas experiências quotidianas, visitando os inúmeros bazares existentes na cidade, as suas estações de comboio e ruas quase inteiramente dedicadas à prostituição e tráfico de droga. Desta vivência pessoal da realizadora, nasceu o argumento de “Salaam Bombay!”. Os miúdos, por sua vez, foram ensinados não a representar, pois Nair queria que eles agissem o mais naturalmente possível, mas sim a sentirem à vontade perante uma câmara de filmar. Por sua vez, nenhuma cena foi rodada dentro de um estúdio. Tudo se passa nos cenários que a realizadora pretende expôr, ou seja, as próprias ruas de Mumbai. Inclusive, algumas das cenas foram filmadas com câmaras escondidas, de forma a captar as reacções normais dos habitantes. A cena da procissão funerária é um dos exemplos. O resultado foi uma obra que tanto tem algum espírito de documentário, como elementos de um drama extremamente poderoso.
“Salaam Bombay!” não é um típico filme de “Bollywood”. Muito pelo contrário. Rompe totalmente com as convenções do género, e de certa forma chega a parodia-las. É certo que nos é mostrado a grande importância que o cinema tem para os indianos, principalmente no entretenimento que proporciona à população, fazendo-a esquecer dos problemas do dia-a-dia. Contudo, “Salaam Bombay!” foca-se na realidade, sem grandes presunções ou subterfúgios, aniquilando por completo o mundo de sonho e o escape à realidade, típico das obras de “Bollywood”. Isto provoca algum celeuma quando hoje em dia, os realizadores mais rebeldes da meca do cinema indiano, decidem enveredar por este caminho. Imagine-se há mais de 20 anos atrás! Um reflexo típico desta premissa presente em “Salaam Bombay!”, passa por não termos as costumeiras músicas e danças, tão típicas de “Bollywood”. O que nos é apresentado são as crianças a delirar com os filmes, e traulitando alegremente as músicas que ouviram, à semelhança de alguns de nós quando estão no duche.
As crianças actuam a um nível bastante elevado, talvez pelo facto de estarem a ser elas mesmas nas ruas que tão bem conhecem. A sua inexperiência não se nota minimamente, e é bem temperada com os actores mais experientes, salientando-se um fenomenal Raghuvir Yadav, que brilha imenso como “Chillum”, em especial nas crises provocadas pela falta de droga. É com grande pena minha que não vejo estas crianças prosseguirem uma bem sucedida carreira como actores, e subsequentemente terem condições de fartura para terem uma vida bem melhor. Pelo mesmo caminho, parecem ir os petizes de “Slumdog Millionaire”. Imagine-se que Shafiq Syed, o actor principal de “Salaam Bombay!”, supostamente vive como condutor de um riquexó em Bangalore.
“Sallam Bombay!” é uma obra incontornável para todos aqueles que queiram conhecer a Índia profunda e o seu cinema. Aliás, é uma película imperdível para qualquer um que viva para o que de melhor que a sétima arte tem. Revela ser uma lição de vida enternecedora, dada à tela por uma das maiores realizadoras provenientes da Ásia. Para além dos aspectos mais cinematográficos, onde se incluem um argumento acima da média e uma envolvência brutal, temos sempre a possibilidade de aprimorarmos a nossa cultura acerca de uma das sociedades mais fascinantes e intrigantes do mundo.
Director: Mira Nair
Writers: Mira Nair (story), Sooni Taraporevala (screenplay), and 1 more credit »
Stars: Shafiq Syed, Hansa Vithal and Chanda Sharma
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