Após um amigo falecer, um homem de meia idade passa a relembrar o verão que passou quando teve 11 anos, em que um novo vizinho o ajudou a compreender melhor o mundo. Dirigido por Scott Hicks (Shine - Brilhante) e com Anthony Hopkins, Hope Davis e David Morse no elenco.
Ficha Técnica
Título Original: Hearts in Atlantis
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 101 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2001
Site Oficial: www.warnerbros.com.br/lembrancas
Estúdio: Castle Rock Entertainment / Village Roadshow Productions / NPV Entertainment
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Scott Hicks
Roteiro: William Goldman, baseado em livro de Stephen King
Produção: Kerry Heysen
Música: Mychael Danna
Fotografia: Piotr Sobocinski
Desenho de Produção: Barbara Ling
Direção de Arte: Mark Worthington
Figurino: Alexandria Forster e Julie Weiss
Edição: Pip Karmel
Elenco
Anthony Hopkins (Ted Brautigan)
Hope Davis (Elizabeth Garfield)
David Morse (Robert Garfield - adulto)
Anton Yelchin (Robert Garfield - 11 anos)
Mika Boorem (Carol Gerber)
Alan Tudyk (Monte Man)
Will Rothhaar (Sully - 11 anos)
Adam LeFevre (Donald Biderman)
Tom Bower (Len Files)
Celia Weston (Alana Files)
Lembranças de um Verão conta à história de um garoto cuja amizade com um estranho misterioso muda para sempre a forma de ele ver o mundo. O filme começa com Bobby Garfield (David Morse) aos 50 anos voltando à sua cidade natal para o enterro de um de seus melhores amigos de infância. O diretor Scott Hicks conta: "Ao voltar, Bobby revisita esse momento mágico da sua infância, que foi praticamente o momento de transição da infância para a adolescência. As poucas semanas que ele passa na companhia de Ted, um homem intrigante, abrem uma porta para o seu futuro e para que ele se torne o adulto que agora é".
Durante sua viagem, Bobby não consegue evitar de visitar a velha casa onde cresceu, que agora não passa de uma ruína. E, através da janela que dava para a casa de Carol Gerber, sua antiga namoradinha, ele relembra o passado e o último verão de sua infância.
No seu décimo primeiro aniversário, Bobby, interpretado pelo novato Anton Yelchin, tem uma grande decepção. Em vez da bicicleta com a qual sonhava todas as noites, sua mãe, Liz, interpretada por Hope Davis, lhe dá um cartão de biblioteca. Davis, que empolgou a crítica internacional com seu trabalho no drama romântico Próxima Parada: Wonderland, descreve: "Ela é uma mãe solteira da década de 50 e, naquela época, apenas dois por cento das mulheres da faia etária de Liz não eram casadas. Ela está tentando abrir seu caminho ao topo da forma que pode, mas tem encontrado obstáculos e acha que é por causa de ter que criar um filho sozinha".
O roteirista William Goldman revela: "Há uma fala no roteiro que foi tirada do livro: `Ela não queria estar onde está.' Ela tem uma vida difícil. Ela não é má, só não queria estar onde está quando chegasse aos 35 anos, com um trabalho nada atraente, sendo pressionada pelo chefe e com um filho nas costas. Não foi isso o que ela quis para a sua vida. Por isso acho que ela não é má, apenas quer mais do que tem". O jovem ator Anton Yelchin acrescenta: "Bobby não tem uma relação muito boa com a sua mãe, mas ele é um menino muito bom e bem esperto. Seu pai morreu quando tinha cinco anos de idade e ele não tem nada. Sua vida passa a ficar emocionante quando Ted Brautigan se muda para o andar de cima".
Com todos os seus pertences enfiados em sacolas, Ted aparece de uma hora para a outra na casa de cômodos onde mora Bobby e sua mãe e, imediatamente, inspira simpatia em Bobby e suspeita em Liz. Anthony Hopkins, que recentemente reprisou o papel pelo qual conquistou o Oscar em Hannibal, dá mais detalhes: "Ted surge do nada. Não há explicação para ele e uma espécie de Shane do filme. Ele tem uma história e um mistério o envolve. Certamente, ele não é um homem sinistro. Ele é um homem muito bom e muito gentil". Bobby é cauteloso no começo, mas eles acabam se tornando amigos. "Ted é incrivelmente inteligente. Ele explica coisas para Bobby e lhe conta sobre poetas e autores dos quais nunca ouviu falar. Ted é muito interessante para Bobby; ele o encanta", diz Anton Yeichin.
Na história, Ted oferece a Bobby um "emprego": ler o jornal diariamente em voz alta para poupar a sua visão, que não anda muito boa. Ele também pede que Bobby faça um trabalho adicional. Há homens procurando por ele, "homens sujos, pessoas de baixo nível e perigosas de se conhecer", como define Ted. E Ted quer que Bobby mantenha seus olhos abertos e seus sentidos afiados. Para isso, lhe dará um dólar por semana. "Ted se muda para o andar de cima e, de certa forma, se torna uma espécie de figura paterna para Bobby. Sua mãe não lhe dá muita atenção. Ele não tem pai e há um enorme espaço emocional vazio. Ted preenche esse espaço apenas por algumas breves semanas e, mesmo assim, causa um enorme impacto na vida e no futuro de Bobby", conta o diretor Scott Hicks.
Bobby começa a conhecer mais sobre o seu novo vizinho e amigo. Scott Hicks continua: "É um processo gradual através do qual Bobby vai descobrindo que Ted tem um poder curioso, uma espécie de intuição apurada, uma `janela', como ele chama. Bobby e Ted estão conversando certa tarde quando Ted diz: `Pode ser que eu tenha um trabalho para você depois, Bobby, e aí então você poderá comprar aquela bicicleta'. Só que Bobby não havia dito nada sobre a bicicleta. Essa é a primeira deixa; depois, essas `deixas' vão se tornando cada vez mais freqüentes, até Bobby compreender que Ted tem esse dom especial e que pode passá-lo a alguém através do contato físico, abrindo uma `janela' de insight na outra pessoa".
Os sentimentos de Liz Garfield, entretanto, apenas pioram, como explica Hopkins: "A mãe fica ressentida com ele porque, obviamente, ela se ressente com todo mundo. Ela não é uma mulher má, só é meio centrada em si mesma. Ela não gosta da influência que suspeita que, Ted exerce sobre o garoto, quase como se fosse um anjo guardião".
São esses mesmos dons de Ted que o tornam alvo de perseguição. "Ele está sendo caçado por umas figuras obscuras a quem chama de `homens de baixo nível'. Eles não são de Marte nem nada assim tão esquisito. Ted tem um dom, um dom paranormal. Ele não é Cassandra, mas tem intuição um poderoso dom intuitivo. Ele é desejado pelo pessoal da sua agência. Talvez sejam agentes do governo, da CIA, ou do FBI. Talvez um grupo clandestino, ou a Máfia, isso nunca fica definido, mas ele é desejado por essas figuras obscuras porque eles querem tirar proveito do dom que ele tem", argumenta Anthony Hopkins.
Enquanto isso, a amizade de Bobby com Carol Gerber floresce em algo mais. A atriz Mika Boorem fala da relação dos dois personagens: "O único garoto que é realmente legal com a Carol em toda a sua vida é o Bobby. Ela também foi tão especial que ele sempre se lembra dela. E Carol também se lembra do Bobby. A amizade é muito grande e é por isso que um nunca esquecerá o outro enquanto viverem."
Hope Davis observa: "Bob nem sabe que já está amando. Ele só sabe que gosta de ir para a escola com ela e que ela é a sua grande amiga. Eles têm apenas um relacionamento bonito e inocente que contrasta com o que aconteceu com a vida da sua mãe e com os altos e baixos que farão parte de suas vidas. Ele guardará essa imagem da Carol para lhe dar força".
Para o roteirista William Goldman, sua referência a Atlântida engloba tudo o que esses personagens estão experimentando. "Ted menciona esse entardecer mágico de verão e o fato de todos estarem felizes, mas Ted também sabe que tudo se acabará. Ele é o único que sabe disso", antecipa Goldman.
Os eventos da vida de Bobby estão prestes ü dar uma virada obscura e dramática. É Scott Hicks quem explica: "Esta história acontece num ponto da vida desse menino em que ele passa a tomar conhecimento de um mundo maior e mais obscuro. Sob vários aspectos, este é o último verão da sua infância. Emocionalmente, é um momento bastante cru e que desencadeia uma série de eventos fortes para ele. Bobby, o menino, tem que testemunhar todas essas coisas, mas, é claro, ele está sem forças para evitar que elas aconteçam, apesar de estar bem no centro de tudo. É um desses momentos em que tomamos consciência de como a vida pode ser complicada e profunda. E para aqueles que nunca experimentaram isso, ele dá uma idéia das coisas que vêm pela frente".
Mente brilhante
Quando o escritor de sucesso fenomenal Stephen King publicou sua muito elogiada coletânea de histórias interligadas em 1999, chamada Hearts in Atlantis, esta logo foi adquirida pela Castle Rock Entertainment, que desfrutou uma série de sucessos de colaborações com o autor de Stand by Me, de 1986, através de filmes como Louca Obsessão, Um Sonho de Liberdade e, mais recentemente, A Espera de um Milagre.
O romancista e roteirista vencedor do Oscar William Goldman que, em 1990, adaptou Louca Obsessão, de Stephen King, para as telas de cinema aceitou de imediato adaptar Lembranças de uni Verão depois de ler o livro. Goldman, que no momento está adaptando o épico best seller de ficção científica Dreamcatcher, atesta: "Gosto do King principalmente quando ele não lida com monstros, mas com monstros humanos. O que mais me emociona em Lembranças de uni Verão é Bobby, Carol e Ted, e todas as coisas que eles estão tentando superar em suas vidas. É uma história muito emocionante. Ele tem uma brilhante mente narrativa".
Além dos quatro romances e de um conto do livro de King, Goldman decidiu adaptar primeiro a parte mais longa, Low Men in Yellow Coats, e o conto final, Heavenly Shades of Night Are Falline, para o filme. O diretor Scott Hicks observa: "Stephen King escreveu uma história que tem um apelo universal. Nosso trabalho foi elucidar isso visualmente da melhor forma possível. Fiquei realmente emocionado com esse relacionamento entre Bobby e Ted e com a sua mãe, Liz, e os amigos da infância de Bobby. Um filme tem que ter a sua própria vida e uma história tem que ter o seu próprio ritmo quando apresentada em outro meio de comunicação. Foi isso o que tentamos fazer com Lembranças de um Verão. No centro, há esses relacionamentos que Stephen King criou, relacionamentos esses bastante pessoais e muito intensos, a ponto de sentirmos que ele deve ter utilizado alguma coisa da sua própria infância nessa história incrível".
Depois que Hicks assinou o contrato, o desafio mais crítico foi à escalação do elenco. O que os realizadores não sabiam era que o primeiro ator que pensaram para o papel de Ted, Anthony Hopkins, estava naquele momento lendo o último livro de não ficção de William Goldman, Which Lie Did I Tell?, em locação em Florença, durante as filmagens de Hannibal. "Gostei do livro e estava pensando que seria bom fazer um romance de Stephen King. Três ou quatro dias mais tarde, meu agente apareceu em Florença e disse: `Tenho um livro para você ler e um roteiro de Bill Goldman, chama se Hearts in Atlantis, de Stephen King'. Achei bem oportuno. É um filme suave e pequeno, e não uma história grande. Gostei muito disso", lembra o ator.
Para criar o personagem de Ted, Hopkins precisou apenas olhar para o seu passado, como conta: "Ted Brautigan me fez lembrar do meu avô por parte de mãe. Quando criança, eu era muito chegado a ele e ele a mim. Ele influenciou profundamente a minha vida, de forma bem suave, mas também profunda. Ele me deu coragem e a esperança de acreditar que eu não era o boboca que imaginava ser. Ele foi uma pessoa muito encorajadora durante toda a sua vida e é isso o que Ted Brautigan faz com esse garoto".
Hopkins também sentiu afinidade por uma cena do filme onde Ted fala para Bobby de um famoso jogador de futebol americano, Bronko Nagurski, que, contra todas as expectativas, derrotou o Chicago Cardinais na década de 40. Esse evento é um marco através do qual Bobby pode lembrar do pai. Anthony Hopkins reflete: "Bill Goldman escreveu sobre essa experiência quando viu Nagurski, um grande jogador de futebol americano da década de 40. É uma bela e pequena cena alegórica, com a qual fiquei muito satisfeito". Goldman acrescenta: "No filme, ficamos sabendo que tanto o pai de Bobby como Ted viram Bronko Nagurski jogando nesse maravilhoso jogo de futebol americano. Foi um evento que eu também presenciei quando era muito pequeno e fiquei profundamente emocionado".
O diretor Scott Hicks foi inflexível para encontrar o menino ator perfeito para retratar Bobby Garfield e pediu que a Castle Rock prometesse que não daria prosseguimento ao filme enquanto eles não o encontrassem. "Ali estávamos nós com um dos maiores atores do mundo, Anthony Hopkins, fazendo Ted. E Bobby, um menino de 11 anos, contracenando com o personagem de Hopkins, em um papel tão grande quanto o dele. Não há uru momento sequer em que Hopkins apareça na tela sem que esteja acompanhado de Bobby. Então, estava claro que precisaríamos de um talento fenomenal para fazer a outra metade dessa dupla, e isso nos deixou bastante apreensivos", admite o diretor.
Depois de uma busca exaustiva, num processo que envolveu testes com centenas de crianças, Hicks e o produtor Kerry Heysen receberam o vídeo de Anton Yelchin. "Vimos esse vídeo e dissemos: `Esse menino é incrível'. E acabamos descobrindo que Anton, como ator, parece incapaz de não dizer a verdade. Todos os momentos em que está diante da câmera são verdadeiros. E Bobby, o personagem que ele retrata, tem que passar por uma grande gama de emoções. Foi uma tarefa enorme e esse garoto estava totalmente à altura da responsabilidade" , elogia Scott Hicks.
Anton Yelchin insistiu em se dirigir ao seu colega de tela como Sir Anthony Hopkins mesmo depois de ser motivado a chamá-lo de Tony. Hopkins, que durante a produção começou a ensinar Yelchin a tocar piano, chama o pequeno ator de "um menininho extraordinário". Hopkins elogia: "Anton me faz pensar que, com 11 anos, eu não conseguia nem falar. Um dia olhei para ele e disse: 'Como consegue fazer isso? Como pode ser tão talentoso?' E é isso o que ele é, além de bastante curioso. Ele tem um interesse voraz em tudo. Nunca me senti muito à vontade com crianças, mas com ele é diferente. Eu o trato como a um adulto, com respeito".
Agora é Yelchin quem elogia: "Ele é muito legal. Eu ia para o trailer dele e ele me ensinava coisas no piano como ‘Für Elise’ e ‘Moonlinght Sonata’. Foi uma honra e não acreditei que pudesse conhecer uni ator desse e uma pessoa como ele". O garoto descreve o diretor Scott Hicks como sendo muito legal e calmo. "Se eu não entendia alguma coisa ou se tinha alguma coisa em mente, me sentia à vontade para falar com Scott. Adoro ele. Foi uma honra trabalhar com ele e era um prazer todos os dias", diz o "menininho extraordinário".
Para fazer a namoradinha de infância de Bobby, Carol, os realizadores escalaram Mika Boorem, que foi elogiada anteriormente por sua atuação em O Patriota. Scott Hicks atesta: "Mika é muito talentosa para uma atriz tão jovem. Ela já tem acesso às suas emoções e tem consciência de tudo o que faz. Eu a vi pela primeira vez em O Patriota e a achei impressionante". Mika Boorem fala de sua experiência nos sets de Lembranças de um Verão: "Imagine trabalhar com Scott Hicks e Anthony Hopkins no mesmo filme! É maravilhoso! E Anthony Hopkins é muito cuidadoso com os outros. Fizemos uma cena muito dramática onde eu tinha que chorar e, após cada tomada, ele vinha até mim e me dava um abraço. Foi muito bacana."
Ainda no elenco infantil há Will Rothhaar, como Sully John, a quem Scott Hicks descreve como "o oposto de Bobby". O diretor continua: "Will é um excelente ator profissional, muito físico, muito atlético, e todas essas coisas ele acrescentou ao personagem de Sully, que serve de contrapeso no pequeno grupo de amigos".
Para fazer o difícil papel da mãe do Bobby, Liz, o diretor Scott Hicks escalou a atriz muito elogiada Hope Davis. Ele comenta: "Hope não tem medo de explorar certas partes mais difíceis de uma personagem humana. Foi uma experiência interessante trabalhar com isso e com ela nessa personagem". Por seu lado, Davis ficou muito animada com a oportunidade de contracenar com Hopkins, como conta: "Eu o vi no palco na Inglaterra há 15 .anos. Ele é um ator espetacular e muito concentrado. É emocionante trabalhar com alguém do calibre dele. Foi excelente!".
Visual nostálgico
A desenhista de produção Bárbara C. Ling enfrentou os incríveis desafios de recriar a pequena cidade americana da década de 60. Ling também chamou Kissel Bros e o Funtime Carnival de Cincinnati, Ohio, para montar 12 brinquedos e concessões para um enorme cenário de parque de diversões da década de 60 na base militar de Fort Story, adjacente ao histórico farol Cape Henry em Virginia Beach.
Para completar o visual dessas cenas cruciais, que acontecem durante o "Carnival", estiveram presentes 300 extras vestidos em roupas de verão da década de 60.
Os figurinos também foram um desafio formidável, mas Scott Hicks teve o amparo da figurinista indicada ao Oscar Julie Weiss (de Os 12 Macacos e Beleza Americana). Ele atesta: "Julie é uma espécie de tesouro nacional dos Estados Unidos. Ela tem uma personalidade e uma visão extraordinárias, além de acrescentar uma tremenda sensibilidade ao elemento de design".
Para dar o visual nostálgico que Hicks desejava para o filme, ele chamou o diretor de fotografia indicado ao Oscar Piotr Sobocinski, cujo trabalho em filmes como Red e O Preço de Um Resgate foram muito admirados pelo diretor de Lembranças de uni Verão. "Piotr compreendeu que um grande elemento da história seria contado visualmente e que havia vários níveis que eu queria acrescentar a tudo aquilo que já era uma história maravilhosa para aprofundar o impacto emocional nas pessoas. Por isso, trabalhamos juntos o tempo todo. Infelizmente, em março de 2001, com a idade de 43 anos, Piotr Sobocinski morreu enquanto dormia, logo depois de terminar a fotografia principal", lamenta e finaliza o diretor.
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