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    2008-12-08

    Didi Quer Ser Criança


    Didi Quer Ser Criança é um filme brasileiro de 2004 dirigido por Alexandre Boury e Fernando Boury. Estrelado pelo comediante Renato Aragão, interpretando seu clássico personagem Didi. No elenco também está Werner Schunemann, Cláudio Heinrich, Didi Wagner, Daniela Cicarelli, Elias Gleizer, Charles Paraventi, Pedro Malta e Malu Rodrigues. O filme também contou com a participação musical da cantora Luka.
    Didi Quer Ser Criança conta a história de Didi e seu amigo Felipinho (Pedro Malta) que descobrem balas mágicas, capazes de transformar em criança ou adulto, quem come-las. O filme foi indicado ao Grande Prêmio Brasileiro de Cinema na categoria Melhor Maquiagem

    Informações Técnicas
    Título Original: Didi Quer ser Criança
    País de Origem: Brasil
    Gênero: Comédia
    Classificação etária: Livre
    Tempo de Duração: 84 minutos
    Ano de Lançamento: 2004
    Estúdio/Distrib.: Columbia Pictures
    Direção: Alexandre Boury / Reynaldo Boury
    Didi trabalha como provador de balas em uma pequena fábrica de doces tradicionais. Com sua alma infantil, ele sabe o que as crianças gostam. Só que a fábrica está passando por dificuldades porque a concorrência utiliza a mídia para vender balas cheias de corantes e ingredientes artificiais que fazem mal às crianças. O vilão, dono dessa fábrica, costuma dizer que criança só gosta de porcaria mesmo. Didi, que vive no meio das crianças da vizinhança, tenta convencê-las de que balas artificiais fazem mal. Mas mesmo se comportando como um verdadeiro crianção, seus amiguinhos não o escutam, pois ele é adulto. Criança não ouve adulto. Além disso, as propagandas falam diretamente para elas, fazendo os doces tradicionais parecerem sem graça. Não só a pequena fábrica está para fechar, como o próprio espírito de Cosme e Damião está morrendo.Didi, que é devoto dos santos, reza pedindo ajuda. Seu desejo é atendido quando dois sujeitos maltrapilhos pedem auxílio. Eles não têm o que comer ou onde dormir. Vão até a fábrica do vilão e são humilhados. Quando vão à nossa fábrica, Didi os acolhe de braços abertos e os convida a dividir seu pequeno cômodo nos fundos do galpão. Agradecidos, eles dão para Didi um saquinho de balas de Cosme e Damião. São balas mágicas que têm o poder de transformar Didi em criança. Só assim ele vai poder convencer seus amiguinhos a rejeitar as balas artificiais e resgatar o verdadeiro espírito de Cosme e Damião. Afinal, criança só escuta criança. E assim, de criança em criança, eles formarão uma grande corrente.Depois que Didi chupa a primeira bala do saquinho mágico, ele se transforma em criança e apaixona-se pela menina Sandrinha, filha do vilão, dono da fábrica concorrente.Didi vai ajudar uma criança a soltar uma pipa presa no telhado do galpão. Para isso tem que subir por dentro do prédio, em uma escada velha. Ele consegue soltar a pipa, deixando o garoto contente. Mas, quando vai descer, pisa em falso e cai de uma altura de 10 metros. No hospital, o monitor cardíaco dá seus suspiros finais. A máquina anuncia a morte de Didi. O médico dá a notícia trágica para todos que esperam. Em meio à tristeza geral, os dois andarilhos, despercebidos, entram na UTI e voltam com Didi vivo.O vilão, dono da fábrica concorrente, tem outros planos. Junto com o químico sem escrúpulos, que inventa balas cada vez mais nocivas à saúde, ele pretende tomar conta da pequena fábrica para demoli-la e expandir seus negócios. Eles inventam, então, um componente químico que triplica a produção sem muito custo adicional. Só que as balas não são testadas e Sandrinha ingere uma e fica muito doente. Desesperado, ele chama o médico. Mas o atendimento demora e ele sai de carro para levá-la para o hospital. O carro morre justamente em frente à nossa fábrica e não pega de jeito nenhum. Ele olha para a filha, desfalecida, à beira da morte. Acaba tendo que bater à porta da pequena fábrica, com a filha nos braços, onde Didi e os dois sujeitos salvam a vida da menina. Agradecido e arrependido por sua ganância, ele resolve parar de fazer balas ruins e se unir à pequena fábrica para só fazer doces e balas tradicionais, sem aditivos ou corantes.No final, uma grande festa é montada para trazer de volta o verdadeiro espírito de Cosme e Damião. A expectativa é grande, pois não se sabe se as crianças se convenceram. Mas, para surpresa geral, as crianças chegam em bandos, provando que a festa tradicional está mais viva do que nunca. E os maltrapilhos que Didi ajudou revelam ser os verdadeiros santos Cosme e Damião.
    A premissa é até interessante e seria apenas um "mais do mesmo" inofensivo, não fossem alguns detalhes absolutamente perturbadores... mas antes de comentá-los, fica o alerta de que a partir daqui não terei escolha a não ser contar detalhes do final do filme. Ninguém - e incluo aí qualquer criança - merece descobri-los sozinho.
    O ponto crucial é que Didi quer ser criança tem falhas assustadoras de roteiro. Durante toda a duração da película, o personagem de Aragão tenta convencer Felipinho (Pedro Malta), um garoto de 8 anos, a curtir sua infância e esquecer a idéia de crescer depressa para poder paquerar as meninas mais velhas. Até aí, uma lição louvável. Entretanto, o menino também é submetido ao efeito das tais balas mágicas e torna-se um galã cantor (Claudio Henrich) que desperta o interesse da bela Adriana (Didi Wagner, da MTV) e da balconista interpretada por Daniela Cicarelli (em seu primeiro papel no cinema... pena que não deve ser o último). Acontece que o moleque tem a oportunidade de voltar a ser criança no final do filme e Didi - que detinha a última bala - prefere deixá-lo jovem! O que aconteceu com os sábios conselhos sobre não apressar o crescimento? Mas calma, a sucessão de afrontas à inteligência alheia continua...
    Quando vira criança, Didi (agora intepretado por Bruno Cariati e dublado por Renato Aragão) conhece Sandrinha (Maria Luisa Rodrigues), a filha do dono da "Fábrica de doces do mal". A menina é a namoradinha de Felipe e apaixona-se pelo Didizinho. Como se a idéia de uma menina de 8 apaixonando-se por um homem de 69 não fosse suficientemente estranha, ela TAMBÉM tem acesso às balas e decide transformar-se em adulta para ficar com o Didi grande. Na (bela) pele de Fernanda Lima, a menina termina o filme entrando no carro do protagonista, beijando-o na boca e partindo, à noite, por uma iluminada avenida. Só que o filme deixa claro que as pessoas transformadas mantêm a sua mente original e que Didi reconhece a Sandrinha adulta. Ou seja, o "herói" da aventura termina - consciente - com uma menininha que ainda nem entrou na puberdade. Não estou acusando ninguém de pedofilia aqui, mas o furo do roteiro é tão grande que só posso culpar o lamentável estilo de trabalho do produtor, que vai do roteiro ao lançamento do filme em pouco mais de quatro meses... não há filme que se salve (é só analisar qualquer um dos filmes da empresa nos últimos 5 anos para a prova).
    Curiosamente, a menina Maria Luisa Rodrigues teve que usar lentes de contato cor-de-mel durante o filme inteiro para que seus olhos ficassem parecidos com os de Fernanda Lima. Surpreendentemente, a garota aparece em diversas cenas, enquanto a modelo tem pouco mais de 20 segundos de participação. Impossível deixar de imaginar por que não colocaram as lentes na top model, ao invés de submeter a atriz-mirim a isso...
    Completa a salada cinematográfica a emblemática frase proferida pela empresário malvado (Werner Schünemann): "Criança gosta de qualquer porcaria". Considerando o resultado dos filmes do Didi nas bilheterias, pelo menos o vilão sabe do que está falando!
    Elenco: Renato Aragão (Didi)
    Werner Schünnerman (Armando)
    Cláudio Heinrich (Felipe)
    Fernanda Lima (Sandrinha)
    Didi Wagner (Adriana)
    Daniella Cicarelli (Kátia)
    Pedro Malta (Felipe - criança)
    Bruno Cariati (Didi - criança)
    Maria Luísa Rodrigues (Sandrinha - criança)
    Paulo Ricardo Corrêa (Juquinha)
    Elias Gleizer (Seu Tião)
    Rafael de Castro (Cosme)
    Daniel de Castro (Damião)
    Charles Paraventi (Prof. Muller)
    Raphael Molina (Pipoqueiro)
    Jacaré (Segurança do parque)
    Marcelo Augusto (Segurança do parque)
    Bianca Rinaldi (Mulher da rifa)
    Fábio Villa Verde (Motorista da ambulância)


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